#20 é gente esse rolê de nome foi pra sefuderlândia, desculpa, talvez outro dia tenha de novo
Deixa acontecer naturalmente
Acho que não me divirto muito desenhando. Os outros parecem se divertir muito mais, tanto em seus resultados quanto em seus processos. E eu já vi gente rasgando desenho, apagando desenho, jogando fora rabisco, simular um afogamento usando café na tela maculada pela pérfida expressão da criatividade habitante daquela máquina de carne apodrecendo segundo a segundo. Já vi gente chorando por não conseguir de jeito nenhum entender perspectiva, pessoas frustradas pela teoria das cores, na prática, torturar sua mente levando-a pelas mãos para caminhos em círculos tortuosos sem sentido. Alguns praticamente sentindo seus próprios músculos sufocarem seus pulmões por uma gigantesca duvida num aspecto um tanto minúsculo de anatomia, ou se sentirem perdido em corpo e alma numa composição teimando em jamais fazer sentido.
Já vi muita coisa. E aparentemente… É isso mesmo, né?
Um cara que estudou ciências da computação comigo desenhava desde criança. E ele já desenhava BEM naquela época, já tinha feito alguns cursos, praticado desenho de observação, páginas e páginas e cadernos com sua expressão, mas nunca correu atrás de seguir carreira com isso pois, sei lá, ele estava ali em ciências da computação, cienciando computadores e linhas de código. Eventualmente, se formou. Arrumou um trampo. E… Sequer passou um calendário inteiro nele. Um belo dia desenhou um desenho num quadro do trampo, e desenhou se saindo do trampo. Minha memória me falha, mas meu sentimento se lembra, de ouvi-lo falar que pegou umas 50 revistas em quadrinhos e começou a contar quantas vezes CADA PARTE DO CORPO aparecia nelas. Ele fez uma tabela com esses dados. Cabeças? 500 vezes. Mãos? 700. Olhos? etc. E por ai vai. Descobriu qual era a parte mais desenhada e se jogou de cabeça em desenhá-la com muita, muita força. Hoje ele está trampando com isso. O rapaz mereceu. Vez ou outra retweeto alguma arte dele no xuiter. É isso. Mas, sim, diversão. Aquela, né, tá lá, não sei. Parece me faltar aquele tanto a mais para estourar o elástico. Para aquele PÁ alto gritante excêntrico estimular meus sentidos me dar um susto danado e começar a enxergar do meu jeito daquele jeito que os outros conseguem enxergar, para a sinfonia sair do mezzo piano, o andando de pianinho, e o ar resistir inutilmente a passagem do fortissimo, o fortissimo explodir esbarrando em nossos corpos, botando nosso tato no talo
isso soou meio sexual anal
Mas é. Parece que minha arte precisa de um choque. Uma porrada. Aquela parada lá, de ligar a bateria de um carro na bateria ruim de outro carro
Oi vida venha cá me fazer uma chupetinha
EletroVânio chegue mais vamo pra essa malandragem suave